Cresci amando os animais e lutando por eles e somente após iniciar as Ações Sociais fui entrando neste mundo...
Com o nascimento da Isabella, minha única sobrinha que hoje tem um ano e seis meses me fez ver as coisas ainda mais com o coração e batalhar ainda mais pelas crianças...
Hoje a Isabella estava em minha casa, brincando, alegrando a família toda com a luz natural de uma menina ruiva, de olhos azuis, geminiana e se Deus Quiser... Colorada!
Eis que Isabella pede uma banana ao meu pai, que na mesma hora descasca a fruta e leva à sua boca para que morda...
Ela vai degustando aos pequenos pedaços a fruta e sorri, feliz porque desde já adora frutas...
Mas aquela cena me reverte a um pensamento muito triste, que me deixou com o coração apertado e me fez tentar desabafar essa dor no peito aqui, escrevendo...
E o que faz, como pensa, o que sente uma mãe que tem uma criança de um ano e seis meses, pede uma fruta ou algo para comer e não tem em casa??
O que faz uma mãe que não tem o que dar ao filho para comer??
Meu Deus! Isso me atormenta desde que esse pensamento passou pela mente...
Eu sempre pensei muito nas pessoas que não tinham o que comer, sempre tentei ajudar de alguma forma, mas hoje, minha dor foi ao ápice!
Eu não sei o que é ter fome sem ter algo para comer. Graças aos meus pais, nunca me faltou nada...
por que Meu Deus, ainda existem mães sofrendo?
Por que ainda existem crianças com fome?
Por que ainda existem seres humanos que maltratam animais?
Não é uma pergunta infantil... È algo que assombra uma pessoa de 40 anos de idade desde pequena..
As pessoas tem a esperança de que no natal isso vai mudar, que a cada ano que passa as coisas irão melhorar...
Eu sei que se cada um desse um pouquinho do que tem, conseguiríamos amenizar o sofrimento de muitas crianças...
Nosso grupo de amigas e amigos colorados em 2010 conseguiu amenizar o sofrimento de algumas famílias vítimas de uma enchente nas ilhas do Guaíba, também conseguimos manter quentinhas as crianças da casa de passagem com as roupas que arrecadamos, doadas por amigos de cada uma... Além disso, proporcionamos às crianças de uma das vilas mais sofridas de Porto Alegre, a chance de brincarem com brinquedos de verdade, brinquedos novos, comerem doces, viverem como criança deve viver, cantarem e dançarem, conhecerem alguém famoso e entenderem que gente famosa também é gente e se preocupa com elas...
Sim, nós fizemos nossa parte, com o auxílio de pessoas próximas ou até de pessoas que não nos conhecem pessoalmente, mas que conhecem a seriedade e honestidade de nosso trabalho, e assim apostam nele...
È, eu sei que não estamos falando em futebol aqui, neste momento, neste blog, quando poderíamos estar contando que os atletas do Sport Club Internacional neste exato momento voam de volta pra casa após se consagrarem O Terceiro Melhor Time do Mundo...
Mas quem uniu esse grupo de amigos foi o Sport Club Internacional, com seus ensinamentos de humildade e coragem...
È claro que nosso grupo vive o Inter, assiste os jogos unidos, celebra vitórias e títulos, chora as derrotas, comenta possíveis mudanças...
Mas nós também pensamos nos que precisam de nossa ajuda, e neste ano de 2010 não pensamos duas vezes em responder a um chamado, não relutamos de maneira alguma em elaborar uma Ação Social que possa deixar alguma criança com aquele sorriso de felicidade por receber um abraço, uma família mais confortada pelo fato dos filhos terem alimento e agasalho ou um cão saltitante de alegria por ter alguém ali, lhe fazendo carinho e companhia...
Então, penso que fomos grandiosos em 2010...
E em 2011 já saberemos exatamente o caminho, e por mais um ano lutaremos contra o pensamento que tive e que me assombra... O mesmo que deve assombrar muitas pessoas...
Nos uniremos, divulgaremos, continuaremos nossa batalha pelas vitórias do Nosso Inter dentro de campo e pela vitória deste grupo de amigos em podermos ajudar a quem de nós precisa...
Porque tão grandioso quanto nosso Internacional é a felicidade que temos na hora de ganhar um abraço de uma criança suja de doces...
E que assim seja...
Texto Lu Lima
