segunda-feira, 21 de março de 2011

OSSOS DO ANCESTRAL

Havia um rei da Espanha que se orgulhava muito de seus ancestrais, e que era conhecido por sua crueldade com os mais fracos.

Certa vez, caminhava com sua comitiva por um campo de Aragón, onde anos antes havia perdido seu pai em uma batalha, quando encontrou um homem santo remexendo uma enorme pilha de ossos.

- O que você está fazendo aí? – perguntou o rei.

- Honrada seja Vossa Majestade – disse o homem santo. – Quando soube que o rei de Espanha vinha por aqui, resolvi recolher os ossos de vosso falecido pai para entregar-vos. Entretanto, por mais que procure, não consigo achá-los: eles são iguais aos ossos dos camponeses, dos pobres, dos mendigos e dos escravos.

(Paulo Coelho)



Algo para se refletir com carinho... Eu já comecei, e você?? Nunca é tarde!

Luciana

sexta-feira, 18 de março de 2011


Ele chegou ao Clube que amo em junho de 2004. E ficou exatamente 4 anos...

No seu primeiro jogo, entrou em campo no segundo tempo e marcou o Gol 1000 em greNais, um gol de cabeça, inesquecível aos colorados...

Mas foi em 2005 que eu o conheci pessoalmente, assim, de pertinho...
Eu estava em um treino, consegui entrar no reservado entre os portões 2 e 8, ali onde não se pode entrar, mas acho que era o destino... passei sem saber que não era permitido.

Ele saiu do gramado suplementar, eu olhei e pensei: “Nossa, esse é o Fernandão!” E ele como se lesse meu pensamento veio ao meu encontro, cumprimentou, tiramos uma foto e ele se foi...

Daquela hora em diante minha admiração por ele só cresceu...

Eu ia a todos os jogos e o via, o admirava em campo.
Ele além de marcar gols, dava passes precisos e acima de tudo tinha uma liderança ímpar. Nós o olhávamos organizando e orientando o time e confiávamos cada vez mais...

Em 2006 Ele foi “O Cara!”
Nós ganhamos a Libertadores e o Mundial e ele foi peça fundamental para estas conquistas.
Minutos antes da final do mundial ele fez um discurso aos jogadores que até hoje arrepia qualquer mortal...

Em 2007, justo no dia 31 de maio (dia do meu aniversário) Ele se lesionou. Era no México, no primeiro jogo da Recopa...
Foram 100 dias de lesão, 100 dias de sofrimento, afastado dos gramados. E eu, já o conhecia o suficiente para saber o quanto ele se cobrava, o quanto ele sofria por estar lesionado. Foi quando fiz a tatuagem do F9 no pulso...
Era algo como se eu dissesse a ele: “Eu estou aqui contigo!”

Em uma tarde fui ao treino para vê-lo mas não o enxerguei, então resolvi ir embora. Fiz o contorno no Gigante, saí perto do campo suplementar e foi quando vi “uns cabelos” deitados no campo... Era Ele, fazendo abdominais.
Sentei na parte de fora do gramado suplementar e fiquei ali, quieta, somente observando.

Quando Ele terminou o exercício, veio até onde eu estava, ele dentro e eu fora, separados por uma tela. Ele me cumprimentou, sorriu como se realmente me conhecesse, mas na verdade, acho que meu respeito pelo “seu espaço” naquele momento o fazia entender que eu o admirava, confiava e torcia pela sua recuperação.
Pela tela, eu segurei uma camiseta para ele autografar e neste momento ele viu minha tatuagem, ainda muito recente, mas ela já existia... Ele como sempre, olha no meu olho e diz: “Meu Deus, o que é isso? Você fez meu F9!!”

O tempo passa e ele volta a jogar... Era numa tarde de sábado, Inter x Flamengo. Ele entrou no segundo tempo, não marcou gols mas voltou!
O tempo foi passando... Eu fui o seguindo, juntando fotos, guardando carinhosamente uma a uma...
No dia 14 de junho de 2008 eu havia sido convidada pelo narrador Haroldo de Souza da Rádio Guaíba para comentar o jogo Inter x Botafogo à tarde. Mas às 11hs da manhã vejo na TV que Ele estava se despedindo... Morri naquele momento... Chorei muito, parecia uma adolescente. Minha mãe viu a notícia na TV da cozinha onde ela estava e já correu ao meu quarto com um copo d’agua com açúcar na mão. Ela sabia do meu sentimento...
Eu fui à cabine da rádio naquela tarde, quando cheguei o narrador me olhou e disse: “Lú, como tu estás abatida!” Ele também sabia do meu carinho pelo Fernando... Nem preciso dizer que não consegui comentar nada, só chorava. O narrador ainda falou na rádio que eu não tinha condições de falar, que eu estava “derrotada...”

Das minhas fotos, revelei uma mínima parte, creio que umas 70. Montei um álbum, algo simbólico. Lembro que fui até às 3h s da manhã colando as fotos no álbum, num carinho enorme. Gravei mais 1000 fotos em um CD e quando ele foi ao Catar ver detalhes do contrato, deixei o álbum no restaurante IL Calccio, que era de sua propriedade.
Alguns dias depois, o Sr. Ricardo, sócio dele no restaurante me ligou e disse: “Luciana, o Fernando esteve aqui, pegou o álbum e deixou um bilhete.”

Como eu estava no trabalho, mandei o moto boy na hora apanhar. Fiquei louca, era um bilhete de alguém que me parecia muito mais distante... Um ídolo, mas ali, ele se mostrou Amigo...

Fernando foi para o Catar e eu continuei atrás das fotos e notícias... Foi quando ele fez o Blog.
Eu o seguia direto, sabia até o horário em que ele normalmente postava, entre 16:30 e 17h no Brasil.
Neste horário eu parava tudo o que estava fazendo a ia ao blog ler e comentar as postagens, tentando deixar claro que eu estava aqui e ele não estava abandonado por lá, sem o carinho dos fãs...

Depois houve o jogo Inter x Flamengo, pela Copa do Brasil, quando Ele atravessou o campo com o Rafael Sóbis. Não me pergunte o que aconteceu naquele momento, pois ele pisou no gramado e eu literalmente “apaguei...”

Vencemos aquele jogo com um gol de falta do Andrezinho aos 43 minutos do segundo tempo. Chorei muito... Pelo gol, pela vitória e por termos naquela noite “a benção do F9...”

Depois ele voltaria ao Brasil, iniciamos a campanha Volta Fernandão... Mas Nosso Inter mais uma vez não nos ouviu e ele foi para o Goiás...

Lá, estava em casa também, mas eu sentia que apesar disso, ele tinha algo que o incomodava, de repente a vontade de estar aqui, não sei explicar...

E continuei o seguindo...

Quando o Goiás veio à Porto Alegre jogar contra o Inter, conseguimos (eu e alguns amigos) a possibilidade de estarmos perto dele por alguns minutos, ou horas, não sei bem dizer, porque foi algo mágico...
Conversamos muito, Ele nos contou detalhes do Mundial, falou sobre sua vida no Catar, sobre o Goiás...
Quando falava no Inter se emocionava, ali choramos juntos, trocamos fotos, etc...

Ali ele conheceu mais um pouco da sua maior fã...
E eu, um pouco mais do meu Eterno ídolo...

No outro dia, domingo, Inter x Goiás...
Eu ali, na mureta, atrás do banco de reservas do Goiás.
Quando Fernando entra no campo eu olho seu rosto e comento com minha amiga Lu Campos: “Aquele não é Meu Fernandão!” Seu rosto estava diferente, tinha um semblante “carregado...”

Bastaram poucos minutos e veio a expulsão. Em um lance com Magrão, Fernandão recebe um cartão vermelho, coisa que até então eu nunca tinha visto...

Ele volta para o vestiário e eu fico ali, sofrendo, pensando no que ele estaria sentindo, porque quem o conhece sabe da cobrança interna dele...

Depois Fernandão foi para o São Paulo e eu tenho a mais grata surpresa...

Ele grava um depoimento para o meu aniversário...

Algo que só os verdadeiros amigos fizeram naquela data...

Hoje tenho um pouco mais de contato com meu ídolo... E sei que posso chamá-lo de Amigo...

Mas o motivo de eu estar escrevendo essa longa história??

Ah, porque hoje é 18 de março, um dia muito especial!

Hoje é o aniversário do Maior ídolo da Minha História com o Internacional...
Hoje é o aniversário do Meu Amigo Fernando Lucio da Costa, o Fernandão!
Alguém que merece tudo de melhor desta vida, alguém que merece estar sempre com sua família, onde existe um amor recíproco e incondicional... E sempre rodeado de pessoas que o amam e admiram...

Comemore Fernando, porque tu és INESQUECÍVEL!!

Te Amo Amigo...

Porque Amigos Também Dizem EU TE AMO...

Lu Lima
18/03/2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

MULHER


Foi-se o tempo em que as mulheres nasciam e eram criadas no intuito de iniciar os estudos, crescer aprendendo a cozinhar, lavar, passar, enfim... Aprendendo a cuidar de uma família que no futuro formaria...

Foi-se o tempo em que ser mulher era sinônimo de submissão, de alguém sustentada pelo marido, que tinha a obrigação de agüentar quaisquer problemas e humilhações em função de um casamento em que deveria durar até que a morte os separe...
Hoje, vivemos em um mundo em que mulheres estudam, trabalham, casam-se e tem filhos se optarem por isso, participam de partidos políticos, freqüentam estádio de futebol, defendem seus ideais...

Mas isso ocorre, sem que as mesmas deixem de amar intensamente, apaixonar-se arrebatadoramente, sem que demonstrem seus sentimentos, tatuem amigos, amores, frases alusivas à bandeira que defendem...

Eu fui criada com algumas tentativas de que pudesse aprender a costurar, estudar bastante, ter um namorado desde pouca idade, o qual mais tarde me casaria, etc...

Porém, ao contrário de algumas amigas da mesma idade e diante de uma rebeldia que hoje já se torna mais amena, estudei até onde quis, fiz os amigos que tenho, vivi intensamente minha adolescência com pessoas que residiam em um morro chamado “Morro da Cruz’, freqüentei a parte mais obscura da cidade chamada BomFim, conheci, convivi e aprendi a respeitar as diferenças de crença, cor, sexualidade, posição social...

Sou livre, apesar de hoje ser um tanto mais calma... Mas minha rebeldia permanece...

Hoje, tenho novos amigos e mantenho antigos e fiéis companheiros de guerra, sou alguém que freqüenta um estádio de futebol, fala sobre o assunto, lê muito sobre política (apesar de não falar muito sobre isso), defendo animais, ajudo, dentro das minhas possibilidades algumas crianças carentes...

Ao contrário de muita gente, fiz de um casamento mal sucedido um aprendizado, deixei bem claro para mim mesma que não nasci para ser mãe, para cuidar somente de uma casa, que não suporto mau caratismo, aprendi que má índole não tem conserto...

Hoje vivo rodeada de amigos, pessoas que gostam da minha maneira de ser e de outras que nem tanto...

Mas vejo, observo, sinto, percebo muitos detalhes em tudo o que vivo e em todos com quem convivo...

O que me faz pensar muito na atual fase da minha vida, e perceber que chega uma hora em que temos de optar...

Eu optei por viver só... Prefiro amigos, animais, futebol...

Prefiro ir para a beira de um campo de futebol apoiar a bandeira que defendo do que simplesmente dizer frases como: “Fulano vai te dar dinheiro? Ou A amizade e o carinho de um jogador de futebol vai pagar tuas contas? Ou ainda... teu time paga tuas contas?” Isso tudo por pura ignorância, por puro medo de ser quem realmente é e fazer o que realmente tem vontade...

Tenho extremo orgulho de ser mulher, brasileira, batalhadora, colorada, guerreira, e tudo isso sem perder o brilho de um rímel nos olhos, um gloss nos lábios, um perfume, um salto alto... Ou quem sabe andar de tênis, bermuda, camiseta de time de futebol, e nunca, jamais deixar de ser mulher...

Ser mulher é nunca, jamais ser submissa, é ter a liberdade de optar, é poder transparecer opiniões e vontades, é claramente defender o que gosta, o que pensa, o que deseja aos outros...
Em minha opinião, ser mulher é muito bom!!!
E espero na outra vida, vir novamente mulher, porque mulher é tudo de bom!

Luciana