segunda-feira, 7 de março de 2011

MULHER


Foi-se o tempo em que as mulheres nasciam e eram criadas no intuito de iniciar os estudos, crescer aprendendo a cozinhar, lavar, passar, enfim... Aprendendo a cuidar de uma família que no futuro formaria...

Foi-se o tempo em que ser mulher era sinônimo de submissão, de alguém sustentada pelo marido, que tinha a obrigação de agüentar quaisquer problemas e humilhações em função de um casamento em que deveria durar até que a morte os separe...
Hoje, vivemos em um mundo em que mulheres estudam, trabalham, casam-se e tem filhos se optarem por isso, participam de partidos políticos, freqüentam estádio de futebol, defendem seus ideais...

Mas isso ocorre, sem que as mesmas deixem de amar intensamente, apaixonar-se arrebatadoramente, sem que demonstrem seus sentimentos, tatuem amigos, amores, frases alusivas à bandeira que defendem...

Eu fui criada com algumas tentativas de que pudesse aprender a costurar, estudar bastante, ter um namorado desde pouca idade, o qual mais tarde me casaria, etc...

Porém, ao contrário de algumas amigas da mesma idade e diante de uma rebeldia que hoje já se torna mais amena, estudei até onde quis, fiz os amigos que tenho, vivi intensamente minha adolescência com pessoas que residiam em um morro chamado “Morro da Cruz’, freqüentei a parte mais obscura da cidade chamada BomFim, conheci, convivi e aprendi a respeitar as diferenças de crença, cor, sexualidade, posição social...

Sou livre, apesar de hoje ser um tanto mais calma... Mas minha rebeldia permanece...

Hoje, tenho novos amigos e mantenho antigos e fiéis companheiros de guerra, sou alguém que freqüenta um estádio de futebol, fala sobre o assunto, lê muito sobre política (apesar de não falar muito sobre isso), defendo animais, ajudo, dentro das minhas possibilidades algumas crianças carentes...

Ao contrário de muita gente, fiz de um casamento mal sucedido um aprendizado, deixei bem claro para mim mesma que não nasci para ser mãe, para cuidar somente de uma casa, que não suporto mau caratismo, aprendi que má índole não tem conserto...

Hoje vivo rodeada de amigos, pessoas que gostam da minha maneira de ser e de outras que nem tanto...

Mas vejo, observo, sinto, percebo muitos detalhes em tudo o que vivo e em todos com quem convivo...

O que me faz pensar muito na atual fase da minha vida, e perceber que chega uma hora em que temos de optar...

Eu optei por viver só... Prefiro amigos, animais, futebol...

Prefiro ir para a beira de um campo de futebol apoiar a bandeira que defendo do que simplesmente dizer frases como: “Fulano vai te dar dinheiro? Ou A amizade e o carinho de um jogador de futebol vai pagar tuas contas? Ou ainda... teu time paga tuas contas?” Isso tudo por pura ignorância, por puro medo de ser quem realmente é e fazer o que realmente tem vontade...

Tenho extremo orgulho de ser mulher, brasileira, batalhadora, colorada, guerreira, e tudo isso sem perder o brilho de um rímel nos olhos, um gloss nos lábios, um perfume, um salto alto... Ou quem sabe andar de tênis, bermuda, camiseta de time de futebol, e nunca, jamais deixar de ser mulher...

Ser mulher é nunca, jamais ser submissa, é ter a liberdade de optar, é poder transparecer opiniões e vontades, é claramente defender o que gosta, o que pensa, o que deseja aos outros...
Em minha opinião, ser mulher é muito bom!!!
E espero na outra vida, vir novamente mulher, porque mulher é tudo de bom!

Luciana

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