Crianças + Alegria = Nossa felicidade

A noite de sexta-feira lembrou-me a infância...

Eu e minha mãe sentadas à mesa, carinhosamente organizando saquinhos com guloseimas que seriam entregues na manhã seguinte...

Chegamos lá depois das 10hs da manhã.

Era uma Ação de entrega de calçados às crianças de uma vila de Porto Alegre.
Esta Ação iniciou em minha mente no dia em que fomos realizar a Ação de Natal, onde constatei que muitas crianças andavam descalças...

As crianças já estavam organizadas em um círculo formado pela nossa grande e fiel companheira Lizandre, que fora professora daquela escola durante 10 longos anos e hoje já não mais é, porém tem naquelas crianças muito carinho e um amor imenso...

Ao recebermos o Bom Dia coletivo ficamos em silência por alguns instantes, até nos acostumarmos com a cena...

Crianças extremamente humildes, com suas roupas e calçados velhos, muitas vezes rasgados, mas ali, com um sorriso no rosto, reflexo da alegria que o canto e a atenção lhes proporcionava naquele momento.

De minha parte, levei muito tempo, em silêncio, pedindo a Deus que me desse frieza, o sentimento que eu precisava para continuar a Ação até o final.

A emoção tomava conta ao olhar cada rosto, ao ver algumas crianças me chamando para que entrasse na roda, mas principalmente para trocar com elas um abraço.

São crianças carentes, de um tempo, de atenção, de abraço... Não sei se pela ausência ás vezes involuntária dos pais, ou simplesmente porque não os tem.

Cantos, coreografias, carinho...

È o mínimo que podemos fazer por elas, mas é o que temos naquele momento... Muitos abraços, e o pedido a Deus que cada uma daquelas crianças tenha um futuro digno, de paz e muito amor, e porque não dizer em família...

Termina a roda, filas para a distribuição de nossos singelos saquinhos com doces, como que uma tentativa de amenizar o sofrimento daqueles inocentes seres que vivem a realidade de uma favela... Da falta de respeito, da droga, da violência...

Depois fotos, conversas, troca de abraços...

Eles vem e vão... Se despedem e voltam para mais um abraço...

E nossa turma ali... Nos olhávamos tentando ir embora, mas não tínhamos essa coragem.

Foi que a escola fica quase vazia... E nós, seguimos para o almoço, para os comentários...

A sensação é dupla...

Dever cumprido, amenizamos mesmo por algumas horas o sofrimento daquelas crianças...

AInda temos muito a fazer... Podemos fazer... Devemos fazer!

Peço a Deus que os guie, que nos guie, que nos conceda a chance de mais e mais vezes podermos viver aqueles momentos...

Porque eles são anjos e nos abençoam com sua ingenuidade...

E que assim seja!