sábado, 12 de dezembro de 2009

Ação Natal... Pés descalços

Eram 71 crianças que residem na mais humilde favela de Porto Alegre...
Crianças que mesmo diante disso não perdem o brilho nos olhos.
Brasileiros, típicos brasileiros... Não desistem! Lutam até o final...
Meninas loiras, olhos claros, vários irmãos, ali, juntos tentando se salvar, escapar da fragilidade, do lado escuro da vida... Fugir das drogas, da violência, da exploração sexual, da fome...
Chegamos cedo e fomos conhecê-los no pátio da escola...
Quando nos aproximamos logo começaram os abraços... Conviver com a inocência é algo mágico, indescritível!
Voltamos à cozinha, preparação do lanche, amigos reunidos, todos emocionados mas completamente envolvidos naquela ação, para o bem daqueles seres frágeis...
Terminamos o lanche e fomos novamente para o pátio...
A Professora começa a apresentação de música com coreografia, dedicação daquela profissional com aquelas crianças que tanto à respeitam... Lindo de ver!
O nó na garganta toma conta... Olhávamos aquelas crianças com sorriso no rosto, porém com o coração sangrando pela cena...
Crianças felizes, mostrando um pouco de sua cultura, Crianças com sorriso no rosto e de pés no chão... Sim, alguns não tinham o que calçar, outros calçavam o que restava do único par de calçados que tinham...
Dói em mim lembrar e tenho certeza de que cada um de nós voluntários guarda essa dor em seu íntimo, mesmo que não fale...
Meu sentimento neste momento é algo como: "Preciso fazer algo!"
È difícil expressar completamente meu sentimento, uma mistura de pena, dor, revolta...
Acho que Deus os colocou em meu caminho pra chamar a atenção ainda mais de que nossos problemas são mínimos perto de gente como aquelas crianças...
Acho que Deus nos colocou no caminho deles como uma chance de serem vistos como "gente normal", crianças comuns e que apesar dos olhos claros seriam tratadas sem preconceito, porque sei, aqui no meu íntimo que aquelas crianças quando adentram algum local público são vistas com "outros olhos", porque o ser humano é assim, infelizmente.
Só me resta rezar e pedir a Deus que me dê forças, condições e o auxílio daquela Turma do Bem que me acompanhou hoje para começarmos a mudar a vida daquelas crianças, a começar pelos pés, que se depender de mim nunca mais andarão descalços!

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